Apesar de toda a polêmica envolvendo o Flamengo em razão da tentativa do clube carioca em tirar Kleber do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari descartou um clima mais hostil contra o adversário desta quarta-feira e afirmou que os últimos acontecimentos não serão utilizados para motivar seus jogadores.
"Nossa única motivação é saber que o Flamengo está na nossa frente e que, com uma vitória, podemos passá-los e continuar na briga pelas primeiras posições. É só isso que vou passar para os meus jogadores. Não existe motivação maior do que essa", afirmou o treinador, que também afirmou não ver problema nenhum em cumprimentar o técnico Vanderlei Luxemburgo.
"Vou cumprimentar quem estiver dentro de campo. O Vanderlei vai receber meu abraço, meu carinho. Nós tivemos um ou outro problema, mas já resolvemos. Esquecemos as brigas e passamos a ser amigos de muitos anos. Nos jogos, eu costumo presentar os treinadores rivais (com um garrafa de vinho), trato cordialmente, mas depois que o jogo começa, a gente deixa tudo isso de lado."
Felipão também vai reencontrar um outro amigo, o atacante Ronaldinho Gaúcho, atleta que foi levado pelo treinador para a Copa do Mundo de 2002. "Vai ser ótimo revê-lo. Foi um grande parceiro na Copa e já se passaram quase dez anos daquela conquista. Quero conversar com ele, dar um abraço, lembrar do tempo em que passamos juntos. Ele tem feito bons jogos pelo Flamengo, sendo decisivo. O cuidado precisa ser o mesmo."
De acordo o treinador, a campanha do Palmeiras é satisfatória até o momento e a equipe precisa pensar apenas em si caso queira continuar evoluindo na competição. No entanto, ele vê com bons olhos qualquer tropeço do rival Corinthians, que lidera a disputa com alguns pontos de vantagem.
"Acho que nós estamos dentro da média. Nossa campanha é razoável para boa. Se tivéssemos dois pontos a mais, como havíamos planejado, estaria perfeito. Mas estamos caminhando bem e temos que nos preocupar apenas com o nosso time. Não temos culpa se o líder da competição está sendo maravilhoso. Nossa meta é continuar fazendo o nosso e torcer para eles terem um ou outro tropeço."
Paz e amor - A entrevista coletiva de Felipão concedida na tarde desta terça-feira lotou a sala de imprensa da Academia de Futebol. Descontraído, o treinador palmeirense brincou inúmeras vezes com os jornalistas e avisou que a fase 'paz e amor' já vem de algum tempo.
"Eu sempre fui (paz e amor). De vez em quando eu puxo a orelha, mas é normal (risos). Em todos os times que eu passei foi assim. De vez em quando você faz uma reunião e dá uma apelada, mas outras vezes deixa o ambiente mais leve. Com vocês (da imprensa) também precisa ser assim. Nós tivemos alguns problemas, mas sentamos, conversamos e resolvemos nossa relação."
No discurso de manter o ambiente agradável, Felipão deixou claro não ver problema que seus jogadores saiam para a balada, mas pediu cumplicidade no relacionamento. "Por mim, não tem problema que saiam. Se o jogo é domingo, não tem problema sair na quinta-feira. São três dias para recuperar. O problema é quando o jogo é quarta-feira e o cara fica até altas horas na segunda-feira. Se o jogador chega em mim e diz que saiu, eu até mudo a carga de treinos no dia seguinte. Não vejo problema em sair, desde que cumpra com seus horários e obrigações ."
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