Dossiê Felipão: técnico usa números para entender queda do time

O aproveitamento de 33,3% dos pontos nos últimos nove jogos do Campeonato Brasileiro preocupa e tira a paciência do técnico Luiz Felipe Scolari. Por isso, ele resolveu inovar para tentar devolver o bom futebol ao Palmeiras, que teve ótimo início na competição, mas está em queda desde o início de agosto. Felipão encomendou uma série de estatísticas preparadas pela comissão técnica, além de números comparativos com os de outras equipes, para tentar entender o rendimento ruim do Verdão.
Nos últimos nove jogos, o time somou exatos nove pontos – um por jogo. O desempenho foi de apenas uma vitória, contra o Corinthians, seis empates (Coritiba, Grêmio, Bahia, São Paulo, Cruzeiro e Atlético-PR) e duas derrotas (Vasco e Botafogo). Os números deixam o Palmeiras na condição de time que mais empatou no Brasileirão: dez vezes.
Tenho lá a estatística dos últimos nove jogos. São situações que vou analisar com meus jogadores a partir dos dados que recebi"
Felipão
Algumas das estatísticas encomendadas são simples, mas dizem muita coisa. Passes errados e finalizações, por exemplo. Por meio dos dados, Felipão quer mostrar ao elenco que houve queda significativa nesses dois quesitos, fundamentais para a solidez de uma equipe de futebol. As finalizações, por exemplo, refletem-se em gols: foram apenas nove nessa série negativa, média de um por jogo.
- Tenho lá a estatística dos últimos nove jogos, quero fazer uma comparação do número que fizemos em nove jogos, quem fez menos e mais. São situações que vou analisar com meus jogadores a partir dos dados que recebi – afirmou Felipão.
A estatística também inclui comparações com os rivais diretos na briga por título e vaga na Taça Libertadores de 2012. O Botafogo, por exemplo, fez 18 pontos nesse mesmo período dos nove do Palmeiras – e com um jogo a menos, já que o duelo contra o Santos foi adiado. O Fluminense, que hoje está empatado com o Verdão na tabela (34 pontos), somou 16 desde o início de agosto. Dos times envolvidos nessa briga, apenas o Flamengo tem desempenho semelhante ao alviverde: somou os mesmos nove pontos.
Tratamento igual a todos
Na frieza dos números, nem os mais experientes do elenco estão livres. Felipão promete se basear nas estatísticas gerais para discernir quem está bem de quem não está. O técnico não vai diferenciar seus atletas pelas conquistas no currículo ou pelo que apresentaram no passado. Nos empates contra Cruzeiro e Atlético-PR, Marcos Assunção e Marcos foram “decisivos”: o primeiro perdeu um pênalti nos acréscimos que manteve o 1 a 1 no placar contra os mineiros, enquanto o segundo cometeu pênalti quando o time vencia os paranaenses por 2 a 1 e tinha um jogador a mais em campo. Resultado final: 2 a 2.
- Se antes eu via que alguns mais novos tinham falhado e agora os experientes têm falhado, acho que acabamos de juntar tudo e vamos errar menos. É minha única alternativa de pensamento que posso ter. Antes, A ou B não tinham errado, agora erraram também, ótimo, não vamos ter mais erros – analisou o comandante.
A primeira chance de mudar esse panorama é no domingo, contra o Internacional, às 16h (de Brasília), no Pacaembu. Atento às estatísticas, Felipão espera reduzir a zero os erros capitais que o time vem cometendo. Em caso de sucesso e vitória, o Verdão voltará a sonhar com o título brasileiro.